Certo homem precisou fazer uma viagem. Seu único meio de transporte
era um burrinho que já o acompanhava há muito tempo por onde quer que fosse.
Acordou cedinho, arrumou duas malas que ficaram bem pesadas, colocou sobre as
costas do seu companheiro, subiu nas costas do seu companheiro fiel e assim
iniciou sua longa viagem. Ainda era de madrugada e o sol nem havia nascido. Por
volta das seis da manhã, ele parou, tomou um café e logo seguiu. Às dez horas
da manhã já havia viajado longa distância, mas nem estava ainda na metade do
percurso. Às três horas da tarde; sob um sol escaldante, o seu fiel companheiro
se mostrava cansado e já não conseguia andar tão rápido. O homem ingrato, nem
sequer lembrou que não havia alimentado o seu amigo fiel, companheiro de longas
datas. Então quando o burrinho parou sem conseguir andar de tão cansado, o
homem pegou um chicote e começou a bater no burrinho. Bateu, bateu e o burrinho
apenas baixava a cabeça. Por fim o jumentinho parou e agora já não conseguia
mais seguir viagem. O homem então resolveu cavar um buraco, empurrou o amigo
fiel pra dentro e começou a jogar terra sobre as costas do burrinho indefeso.
Mas uma coisa aconteceu. Cada vez que ele jogava terra nas costas do seu
companheiro, o animal sacudia a poeira, essa caia ao chão e o burrinho pisava
sobre ela. O homem jogava a terra, o jumentinho sacudia pra um lado e pra o outro
e e cada vez que isso acontecia, o jumentinho ia subindo, subindo, subindo até
que saiu de dentro do buraco. Agora era o homem que estava cansado pelo esforço
bruto, e não pode seguir viagem. Ali passou a noite sob o sereno, e o perigo da
deserta estrada. O animal, com fome saiu para procurar alimento. Um viajante de
bom coração vendo que ele estava sujo e faminto, cuidou de suas feridas, o
alimentou e o levou consigo.
Conseguiu entender a mensagem? Não?
Tenho que te explicar então.
Não haja como o homem que maltratou aquele pobre jumento, companheiro
fiel de longas jornadas.
Alimente suas amizades, com boas ações, afeto e sinceridade.
Não seja
um peso para seu companheiro.
Não jogue terra nas costas daquele que você chama de amigo. Não pense apenas em você. Não dê chicotadas nas costas. Você pode precisar dele nas longas jornadas da vida.
Não jogue terra nas costas daquele que você chama de amigo. Não pense apenas em você. Não dê chicotadas nas costas. Você pode precisar dele nas longas jornadas da vida.
Mas se você é o jumentinho desta história, haja como tal. Ao te
jogarem pedras, construa com cada um delas um castelo, faça delas a sua
fortaleza. Se a amizade é para você uma corda que te aperta o pescoço; antes
que o nó te sufoque, rompe o laço e segue teu caminho. Você nunca estará
sozinho, há sempre alguém de bom coração com que poderá contar. Mas se tiver
que seguir sozinho, segue sem medo. Melhor é andar sozinho do que mal
acompanhado.
Adamastor Rocha - 11 de julho de 2012.
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